Mesmo após títulos brasileiros, Cruzeiro pode 'perder' receita. Entenda

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
 
 
A ausência de um patrocinador máster acarreta em algumas mudanças no Cruzeiro. O clube liberou jogadores considerados caros – casos de Borges e Marcelo Moreno – e reduziu os gastos com a folha salarial. A receita disponível para investimento pode sofrer uma diminuição de até 10% em relação à anterior – cerca de R$ 190 milhões – caso a diretoria não consiga se acertar com uma empresa para estampar a região mais valiosa do uniforme.
"O patrocínio máster representa pouco menos de 10%. Se juntar todos os patrocínios, dentre os que estão na camisa e os que fazem outro tipo de parceria, eles vão representar cerca de 15% a 20% do faturamento total. Tem patrocinadores que não estão na camisa, mas são parceiros de outra forma. Eles vinculam a marca ao clube buscando visibilidade", disse o diretor comercial Robson Pires ao UOL Esporte.
A dificuldade para encontrar uma empresa que queira vincular a sua marca ao futebol não é exclusividade do Cruzeiro. Outros clubes do Brasil sofrem problemas semelhantes, o que o dirigente estrelado não crê que seja um problema apenas do esporte.
"Os investimentos diminuíram, mas não é por ser um ano após a Copa do Mundo. A responsabilidade é da insegurança no cenário econômico. Está todo mundo esperando para saber como será o cenário. As grandes empresas não estão com segurança para novos projetos e planos comerciais. Há uma insegurança geral, é a atual conjuntura econômica. A nossa realidade é um pouco melhor, porque estamos vindo de um bicampeonato brasileiro. Ainda que a economia esteja em passo de espera, temos consultas frequentes para investirem no Cruzeiro", comentou.
As saídas dos centroavantes que disputaram a temporada anterior pelo time comandado por Marcelo Oliveira aliviam a folha celeste em R$ 600 mil. Além deles, o lateral esquerdo Samudio e o meia-atacante Marlone deixaram a Toca da Raposa II. A dupla, contudo, não contava com vencimentos elevados.
Na contramão das liberações, o bicampeão nacional buscou o lateral direito Fabiano, o volante Felipe Seymour e os atacantes Leandro Damião e Joel. Somados os salários do quarteto, a agremiação não gasta um valor acima do pago no ano passado com os dispensados.
"O problema de transferências de jogador é da economia mundial, não existem grandes transações de compra e venda de jogador. Em termos de contratação, o presidente tem feito as contratações possíveis e pontuais, porque o time é praticamente o mesmo do ano passado. Estamos trazendo grandes nomes para o Cruzeiro, como o (Leandro) Damião, que é um nome forte no mercado", declarou Robson Pires.
"Sem dúvidas, (se tivéssemos fechado com um patrocinador máster) poderia ajudar porque seria um dinheiro a mais na receita. Se você perde um patrocinador qualquer, que seja Premium, manga ou omoplata, você tem uma perda significativa. Quanto maior o valor do patrocínio, maior a perda de respeita. Você tem que suprir isso de outras formas, seja com programa de sócio, bilheteria, venda de produtos, a gente tem que tentar achar um ponto de equilíbrio de receita. O futebol exige muito investimento, mas a receita nem sempre acompanha a exigência", acrescentou.
Apesar da dificuldade para encontrar um patrocínio máster, o Cruzeiro deu um passo positivo em relação ao acerto com a Caixa Econômica Federal. O clube, no entanto, aguarda o fim do mês, quando haverá uma definição na cúpula da instituição financeira, para sacramentar o acordo. O valor do patrocínio seria de R$ 20 milhões, conforme as conversas.
OUTRO LADO DA MOEDA
Se, por um lado, a ausência do patrocinador interfere na receita, por outro, eleva a venda de camisas, de acordo com o diretor comercial Robson Pires. Ele crê que este é um fator preponderante para aumentar a receita com a comercialização de uniformes.
"É uma perda significativa de receita, mas ela é compensada por outro lado, porque o torcedor do Cruzeiro gosta de comprar a camisa limpa, tradicional. Há uma alavancagem na venda das camisas de jogo e de treino. Há uma perda de receita com a ausência de patrocínio, mas ela não se compensa totalmente com a comercialização de uniformes. Há um ganho por esse lado também", concluiu.

UOL Esporte

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